terça-feira, 26 de julho de 2011

Desculpa = me dês a culpa.

Sou culpado...
De crimes da alma...
Inconfessos delitos...
Das sombras que se escondem...
Da mentira pequena...
Que se agigantou...
Virou um monstro enorme...
E me aprisionou...

Sou culpado...
De escolhas espertas...
Por estradas incertas...
De caminhos exatos...
Em mapas errados...
Tão brilhantes eles eram...
Nem pareciam engano...
Mas como bolha se desfizeram...


Sou culpado...
Pelos teus desafinos...
Não fui bom maestro...
Não te ensinei o certo hino...
Que cantava certo...
Aqueles que tinham amor genuíno...

Sou culpado...
Tirei você do seu lugar...
Juro, queria dançar...
Mas no meio da pista...
Descobri: dançar não sabia...
Te fiz voltar com vergonha...
De onde saístes risonha...

Sou culpado...
Roubei-te a esperança...
Não sei como devolver...
Queria saber...
Ao menos tentar...
Ver mais uma vez, ao meu lado...
Teu rosto...
Brilhar...

Me dês a culpa.
Sou o único responsável!
Dê a mim!

Quero abraçar-te na hora esquisita...
Assumir-te como Pai...
Defender-te como irmão...
Amar-te como homem...
Pra que no dia em que teu sol brilhar mais uma vez...
Seja eu também culpado...
Pelo doce rubor da tua tez...
Seja eu culpado...
Pelo teu saltar alto...
Pelo riso rasgado...
Pelo teu pisar forte...
E teu perfume de jasmim...

Eu aguento.
Me dês a culpa.


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