Me conta um segredo?

Quando nasce um segredo?
Eu tenho segredos. Pronto! Falei!(risos).
E quem não tem que aperte o primeiro delete!
Mas, como nasceram seus segredos? Eu não sei. Mas deixa eu te dizer como aparentemente nasceram os meus.
Meus segredos nasceram das estripulias do meu irmão Sérgio, ele fazia tanta arte que nem tudo dava pra publicar pra minha mãe. Logo meus segredos nascem de gente que amo, que erra e de alguma forma eu tento proteger.
Aliás, descubro que a maioria dos meus segredos têm a ver com erros, fracassos, proteções. Ninguém nunca me pediu pra guardar um segredo por ser um milionário.
Meus segredos nascem das minhas estripulias. Os meus erros pra muita gente me tornaria inaceitável, daí pra continuar aceitável faço uma “edição” no que revelo aos que me amam e a quem amo. Confesso aqui que o amor ainda não é maduro na maioria das minhas relações. Se assim o fosse, não teria a menor necessidade de manter segredos pra ser aceito.
Mantenho segredos porque nem tudo o que gosto é pra se gostar. Quem me diz isso é a moral. Eu, e muita gente que conheço, sofro com a pressão da moral. Aliás, que livro bom: A Alma Imoral! A moral nos pressiona com “o jeito certo de viver e ser feliz”. E pressionados por isso não revelamos a quem está a nossa volta que percebemos um jeito “nosso” de ser feliz e viver. Note bem que, o jeito é nosso e pode não ser o certo. Mas é nosso!
Por isso guardamos segredos. Não nos entregaremos a menos que sejamos descobertos. Queremos agradar de maneira que ninguém nos rejeite.
Só tem um problema. Quando você olha pra si, e percebe que tem um monte de segredos.
Porque você tem um monte de segredos? Que vida é essa? Quem te empurra pra esse canto? Que tanto medo é esse de ser rejeitada? Cuidado! Você pode sofrer do mal da alma que chega ao corpo, aquele descrito no salmo 32. Calar e ver os ossos secando! De tanto segredo que você tem, de tanto medo de ser quem é, pode ser que uma doença tenha se apoderado de sua alma juvenil.
Taí! Você deveria contar seus segredos! Ta com medo? Pior que eu também. Mas to exercitando aos poucos. O primeiro passo é descobrir gente de amor incondicional, que te ame apesar das suas confissões, que não vai te jogar fora independente do que falar.
Depois é enfrentar o monstro que se alojou em você. Desafiar a ordem moral que permeia suas entranhas. Corajosamente arrancar as correntes do medo.